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As úlceras
por pressão, são definidas como lesões de pele e tecidos
subjacentes, provocadas pela interrupção do fluxo sanguíneo local
e conseqüentemente isquemia tecidual, que ocorre por pressão
prolongada e/ou atrito entre regiões corpóreas e uma superfície
sólida. São ocasionadas, com maior freqüência, em pacientes com
limitação da mobilidade. O local de formação da úlcera denunciará
a posição em que o paciente mais freqüentemente se apóia ou sofre
injúria. Localizam-se quase que exclusivamente em áreas corporais
relacionadas as proeminências ósseas, com mais freqüência nas
regiões : sacra, coccígea, tuberosidade ísquea, trocanteriana,
escapular, occipital, maleolar, lateral externa dos pés e
cotovelos. O desenvolvimento das úlceras de pressão tem causa
multi-fatorial, ou seja, são ocasionadas por uma combinação de
fatores mecânicos, bioquímicos e fisiológicos que podem ser
classificados como intrínsecos ou internos e extrínsecos ou
externos.
À seguir algumas classificações das úlceras
de pressão:
Grau I - Eritema que não regride após alívio
da pressão. Pele íntegra. Em indivíduos de pele escura, calor,
edema e endurecimento podem ser indicadores deste estágio; Grau II
– Ulceração superficial que apresenta-se clinicamente como abrasão
ou bolha. Com perda parcial da espessura da pele, envolvendo a
epiderme e a derme; Grau III – Ulceração apresenta-se clinicamente
como uma cratera, mas pode estar recoberta por tecido necrótico.
Perda de toda a espessura da pele, até o subcutâneo, sem envolver
a fáscia muscular; Grau IV – Ulceração profunda, podendo conter
áreas de descolamentos e tunelizações. Perda total da espessura da
pele com extensa destruição tecidual, necrose ou dano do tecido
muscular, ósseo ou estruturas de suporte (tendões e cápsulas
articulares).
Somente um profissional especializado e
capacitado poderá fazer uma avaliação precisa e iniciar o
tratamento tópico mais apropriado para a fase em que a lesão se
encontra. A avaliação da lesão deve ser realizada atentando para
algumas características fundamentais que subsidiam o profissional
a determinar qual a conduta tópica a ser indicada e a freqüência
de troca dos curativos. São elas : estruturas comprometidas (pele,
músculo, tendão ou osso), exsudação (quantidade, aspecto e odor) ,
viabilidade dos tecidos expostos (presença ou não de necrose),
presença de sinais de infecção (sinais flogísticos) e dor. A
limpeza do leito da ferida é efetuada dando preferência a técnica
de irrigação ao esfregaço e a utilização de soro fisiológico ou
solução de papaína. A técnica do esfregaço (limpeza que utiliza
gazes friccionando diretamente o leito da ferida, no intuito de
varrer a sujidade local), tem sido utilizada apenas para
higienizar feridas com presença de debris ou detritos, pois pode
causar trauma no tecido neo-formado. A irrigação remove o produto
exsudativo e contaminantes, inclusive bactérias, sem danificar o
tecido de granulação. O uso dos antissépticos em feridas, são
contra-indicados pela comprovada citotoxicidade (para leucócitos,
acarreta retardo do processo de cicatrização e também por não
serem eficazes na redução de contagem bacteriana nas feridas. A
cultura (por swab ou tecido) deve ser indicada não apenas na
presença de indícios clínicos de infecção, mas quando houver
comprometimento ósseo ou quando a lesão não evoluir apesar de
tratamento adequado. Coletar exsudato somente após higiene do
leito da lesão e expressão da ferida. A medida que a ferida
cronifica, as bactérias invadem tecidos mais profundos, exigindo,
alternativas mais agressivas como desbridamento e
antibioticoterapia.
Atualmente existem centros
especializados no tratamento de feridas, que dispõe de diversos
produtos com diferentes funções e características para o
tratamento de lesões de pele. Estes produtos conseguem oferecer
total proteção e segurança aos pacientes, alem do alívio da dor.
Apenas profissionais especialistas podem escolher o melhor produto
para cada situação, levando em consideração o grau em que a úlcera
se encontra, o aspecto do leito, a quantidade de exsudato, entre
outros fatores. Apesar de todo este avanço na forma de realização
dos curativos e de toda gama de produtos disponíveis atualmente,
as úlceras de pressão continuam causando muito sofrimento, pois
são lesões muito dolorosas e de ritmo cicatricial muito lento.
Além disso, os custos envolvidos no tratamento destas lesões são
muito elevados. Atualmente, os órgãos de saúde, públicos e
privados, vem debatendo este assunto entre os profissionais e,
recentemente investindo cada vez mais em sua prevenção. A
participação dos familiares, cuidadores dos pacientes portadores
de úlceras de pressão é de extrema importância para o resultado
satisfatório final, pois são eles que acompanham o paciente
durante a maior parte do tempo. Assim, é necessário que estejam
engajados e organizados de tal forma que recebam as orientações do
s enfermeiros e consigam coloca-las em prática.
Algumas
medidas de prevenção a seguir : Inspecionar a pele do paciente
pelo menos uma vez ao dia; Individualizar a freqüência do banho.
Utilizar um agente de limpeza suave, evitando água quente e
fricção excessiva; Avaliar e controlar a incontinência. Quando não
puder ser controlada, limpar a pele no momento em que sujar,
utilizar uma barreira tópica e selecionar absorventes ou fraldas
que forneçam de forma rápida uma superfície seca; Utilizar
hidratantes para pele seca. Minimizar os fatores ambientais que
causam o ressecamento da pele; Utilizar lubrificantes e/ou
coberturas protetoras para reduzir a lesão por fricção;
Identificar e corrigir os fatores que comprometam a ingestão
calórica e proteica e considerar a utilização de suplementação ou
suporte nutricional para pessoas que necessitem; Reposicionar as
pessoas restritas ao leito ao menos a cada duas horas e pessoas
restritas a cadeira de rodas a cada uma hora; Ensinar as pessoas
cadeirantes que são capazes a mudar a posição a cada 15 minutos;
Utilizar recursos tipo trapésio ou forro de cama para elevar ou
movimentar ao invés de arrastar as pessoas durante a transferência
ou mudança de posição; Utilizar travesseiros ou almofadas de
espuma para manter as proeminências ósseas como joelhos e
calcâneos fora do contato direto com a cama ou o próprio corpo;
Utilizar recursos que aliviem totalmente a pressão nos calcâneos
(colocar travesseiros sob a panturrilha para elevar os pés);
Elevar a cabeceira da cama o menos possível e por pouco tempo
(ângulo máximo de 30 graus);
Evitar o máximo o apoio sobre
a região com a presença da lesão;
Evitar o máximo o apoio
sobre a região com a presença da lesão;
Evitar o máximo o
apoio sobre a região com a presença da lesão;
Evitar o máximo
o apoio sobre a região com a presença da lesão;
Mudar decúbito
do paciente na cama de 2/2 horas e em casos mais complexos,
segundo a avaliação da enfermeira até de 1/1 hora;
Programar
banho de sol, antes das 10 horas da manhã ou após as 16 horas da
tarde, facilitando a síntese de vitamina D;
Observar com
atenção as áreas avermelhadas que não desaparecem após 20 minutos
com alívio da pressão.
Esta hiperemia persistente já
caracteriza uma úlcera por pressão grau I exigindo cuidados
imediatos e necessitando urgente dos cuidados de uma enfermagem
especializada; Esticar as roupas de cama, evitando dobras, uso
preferencial de lençóis com elásticos.
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Retornar.
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